Tomás Ribeiro | Joana Sousa Cardoso . Arquitetos

Tomás Ribeiro . Corredor

Tomás Ribeiro

Lisboa

Tomás Ribeiro é um apartamento inserido num prédio do inicio do século XX. É um prédio de rendimento de 1913, destinado a habitação. O edifício é de esquerdo/direito, com dois fogos por piso, cada: quatro quartos, uma sala, uma cozinha, uma I.S. completa. Há ainda dois saguões de ventilação, um em cada empena do edifício. A entrada fazia-se no início do corredor, próxima das divisões de uso privado, sublinhando uma despreocupação com a privacidade ou a falta da mesma. A zona privada da casa estendia-se ao longo da frente do apartamento e junto ao saguão de ventilação, as zonas social e de serviços encontravam-se na parte de trás do apartamento, tipologia de um edifício da sua época.

A intervenção no espaço, implicou uma reflexão sobre as mudanças mais significativas nos modelos arquitectónicos habitacionais e na adaptação do homem ao espaço. O homem habita hoje a casa de forma diferente, o que foi determinante para a alteração da estrutura espacial do apartamento como matriz organizadora do espaço doméstico.

No presente projecto, a divisão da cozinha sofreu a alteração mais evidente, deixando de ocupar a extremidade do apartamento a tardoz e aproximando-se da entrada, e em simultâneo da sala.

Acontece uma inversão entre cozinha/quartos, inversão essa que permitiu aos quartos usufruírem das áreas mais privadas do fogo. O corredor acentua a separação entre as vivências da casa. No alçado principal vive a sala de estar, a biblioteca, sala de jantar e a cozinha. A tardoz, estão os quartos, as casas de banho e uma marquise que noutros tempos exterior é agora uma extensão da casa.

A cozinha foi redesenhada no espaço contíguo à sala de estar e à sala de jantar, numa relação franca entre os espaços, a cozinha deixou de ser um espaço de serviço para se tornar numa extensão da vida social da casa. Existe uma ligação visual entre todos os espaços sociais, premiando a sua utilização como um espaço único, sem, contudo, esquecer a sua total autonomia funcional.

A antiga cozinha é agora a casa de banho que dá apoio a um dos quartos e serve também de I.S. social que se estende pelo corredor e convida a luz a entrar através do espaço da marquise até ao corredor.

O desenho dos tectos foi restaurado. Os frisos, as aduelas, as portas, os altos rodapés e o pavimento de madeira também recuperados. O que entrou como construção nova, entrou no espaço com cuidado, sem tocar o existente: nos quartos, os armários não tocam as paredes e os tectos, na biblioteca, a estante aparece como elemento singular desenhada no interior do perímetro dos frisos, na cozinha, a bancada de trabalho é suspensa, vive acima do rodapé. O pavimento em madeira foi recuperado e prolongado para parte da I.S. social, interrompido por pedra Lioz, pedra típica da região de Lisboa, que reveste planos horizontais e verticais nas zonas húmidas.

A iluminação, difusa, com exceção da cozinha e das instalações sanitárias, foi pensada como complemento da iluminação natural que rasga os dois alçados, num ambiente calmo e luminoso.

Arquitectura
Joana Sousa Cardoso . Arquitectos

Equipa
Joana Sousa Cardoso . André Grácio Ribeiro

Especialidades
Buildway - Construção Civil

Empreiteiro
Buildway - Construção Civil

Cliente
Privado

Uso
Habitação

Área de Construção
140 m2

Ano
2015 - 2019

Fotografia
Francisco Nogueira

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